Na porta do rancho já bem de tardinha
A brisa mansinha veio me avisar
E lá no horizonte o Sol já caía
E a tarde morria pra noite chegar
Num banco de tábua onde estava sentado
Veio do passado me atormentar
Antiga lembrança perdida no tempo
Que o meu pensamento insiste em buscar
Num tronco frondoso na frente da casa
O gado chegava pra se proteger
Da noite que vinha trazendo sereno
E um frio batendo o corpo tremendo
Chegou atrasado o meu boi carreiro
Com dificuldade no seu caminhar
Trazendo no lombo o peso dos anos
E os desenganos que a vida nos dá
O Sol se escondeu por detrás do monte
No escuro da noite o boi velho eu não vi
Caiu o silêncio na imensidão
Apaguei meu cachimbo e também fui dormir
No meio do sono acordei assustado
Num pressentimento ruim eu senti
Corri encontrei o boi velho estirado
Era um grande amigo que eu tinha e perdi
Boi velho se foi, ficou a saudade
Do nosso passado que longe ficou
Será que no céu existe estrada
Pouso de boiada e carreador
Dizem que por lá não existe idade
E a gente não sente os anos passando
Eu senti também que estou perto do fim
Amigo boi velho me espere, eu estou chegan-